terça-feira, 15 de março de 2016

Carro novo, enfim sou feliz

Durante anos economizei todos os meus trocados, para enfim aos 42 anos, comprar meu primeiro carro, e novo. Felicidade inenarrável.
Sete mil duzentos e vinte reais de entrada e vinte e quatro mil e seiscentos reais em suaves sessenta meses. Cinco anos, é pinto. Para um quarentão que espera chegar aos oitenta, isso passa muito rápido. Agora, enfim, sou gente. Tenho um carro novo.
Contrato fechado, fiquei de pegar meu carrão no dia seguinte. A noite parece uma eternidade. Minha mente só processa a imagem do carro. O sono desapareceu. As horas não passam. Que droga! Porque já não saí com ele da autorizada? Afinal ele já era meu, “todin meu”, só meu... Que felicidade.

O vendedor falou que era para emplacar, mas no fundo eu achava que o vendedor desejava apenas mais um dia para se despedir do meu carro. Ele era lindo. Era normal que o vendedor também estivesse apaixonado por ele. Mas que droga! Quero meu carro.
Seis da manhã. Estou pronto, vestido. Café? Que nada. O importante é pegar meu carro. A entrega estava marcada para as onze horas. Mas e daí se eu chegar um pouquinho antes. Meu relógio deveria estar atrasado. Era impossível ainda “ser apenas” seis horas de uma linda manhã.

Mal tinha passado das seis horas e quarenta e cinco minutos, e já estava na frente da autorizada. Estava fechada e deserta. Apenas um sonolento vigia transitava por lá.
-Relapsos! Eles sabiam que eu viria pegar meu veículo automotivo, meu possante, meu motorizado. Como?! Era inadmissível não haver ninguém na autorizada me esperando. Tinha que fazer uma reclamação para o dono. Será que ele sabe o horário de chegada dos seus funcionários? Quinze minutos para as sete e a concessionária ainda está vazia. Desta forma ele estaria perdendo inúmeros compradores em potencial. Eu ali, esperando o meu amor, mas imagina quantos não passavam por ali desejosos de comprarem o seu carrinho. Imagina só o prejuízo final dele. Inadmissível isto! Ele tinha que saber. E daqui a vinte anos, quando eu voltar para trocar por outro um pouco mais novo! A loja assim vai acabar falindo.

Somente as “sete e trinta”, imagina só, quase já no fim da manhã começaram a chegar os primeiros funcionários. Porem a loja continuou fechada até as oito horas. Como? E meu carro! Sozinho, abandonado no pátio, estacionado, e eu ali ansioso para dominá-lo, experimentá-lo e sentir toda a felicidade do mundo. Finalmente, ao abrir a loja, meu carro ainda não estava pronto. Como? Inaceitável! Ele ainda ia para uma revisão de entrega. Revisar o que? Ele é novo. Me falaram que tinha um tal de check list a ser seguido. E eu com isto? Porque meu carro tinha que seguir este tal de check list? Meu carro não é da polícia para seguir os outros. E sequer paguei com cheque. Só podia ser uma provocação. Mas vá lá, eu espero. De qualquer forma vou solicitar que não corram muito seguindo este tal de check list. Afinal, só falta baterem nesta perseguição.

Engraçada a cara da atendente quando solicitei cuidado na perseguição ao tal do check list. Pior ainda quando perguntei porque o vigia noturno não tinha “pegado”, ele próprio, este meliante. De novo, deixa para lá. Falta pouco agora. Pelo menos a moçoila me confirmou a entrega para as onze horas. São oito e vinte, falta pouco. Eles são muito bons mesmo, pensei. Apesar da perseguição, eles sabem exatamente a hora que me vão disponibilizar o carro.

Um café. Outro café. Mais um café. E vejam só, o café acabou. Assim não dá, é impossível! Havia bebido apenas uns trinta e sete cafezinhos, e a térmica já estava vazia.

São agora dez horas. Meu coração já palpitava de emoção. Disparava. Ser rico deve ser realmente muito bom. Poderia sentir isso várias vezes em sua vida. Entre uma caminhada e uma ida ao banheiro, vi meu carrinho com o capô do motor aberto e várias peças espalhadas pelo chão. Caramba pensei, eles checam peça por peça, eles são muito competentes mesmo.

Onze horas. A mocinha se aproxima de mim, as chaves pareciam brilhar mais que aquele meu único copo americano, depois de lavado com sabão português, e seco com pano de saco de farinha limpo. Percebo nela um certo interesse maior em mim. Também pudera, um cara boa pinta como eu, inteligente, simpático e bem bonito, em meus cento e cinquenta e cinco quilos de charme e elegância. Cabelo mal penteado, passando aquele ar de poder e de superioridade. De repente notei que sem perceber havia vestido minha melhor camiseta, comprada a apenas seis anos em uma boutique famosa na rua da alfândega, em uma promoção de ponta de estoque. Minhas calças bem cortadas, de tergal nacional, combinavam soberbamente com minhas sandálias de dedo meio surradas. Era evidente que ela me achava um executivo de sucesso, culto e importante, talvez até um supervisor de mini-mercado.

Não podia me fazer de fácil. Agora eu possuía um carro novo. Como saber se não era apenas interesse? Sempre fui muito bem atendido, mesmo quando buscavam autorização para o financiamento, e aquelas sete financeiras não o aprovavam. Com certeza deveriam estar me confundindo com algum “hormônimo”. Você sabe, nomes bonitos e comuns, isto acontece muito. Astrogivaldos Botonico Valonguinho, devem existir aos milhões, tinha até complemento de nome composto famoso. Só poderia ser isto. Algum xará deveria estar com o nome sujo.

Não tinha conta em banco. Todas as minhas compras financiadas estavam sob acordo de promessa de pagamento, tão logo tivesse algum dinheiro sobrando. Já tinha sofrido problema parecido quando cancelaram meu CPF. Aquele meu xará deveria estar muito sujo na praça.

Durante estes dias, enquanto aguardava o financiamento, orgulhoso, ouvi os vendedores falando: Vejam só, ele nem tem uma casa, e quer comprar um carro novo. Isto deveria ser muito importante para os vendedores. Eu investia minhas economias dos últimos vinte e cinco anos, dando entrada naquele automóvel. Realmente eu não tinha uma casa própria. Dividia um pequeno apartamento alugado, antigo, no cimo, bem no cimo, próximo a deus, em Santa Tereza, com outros três colegas. Dois ficavam em cada quarto. Era meio longe de chegar lá. De ônibus eu chegava perto. Depois tinha que escalar uma pequena subida de uns oitocentos metros, e lá estava meu pequeno e confortável apartamento. Faltavam alguns moveis é verdade, mas não faziam falta. Colchões no chão, praticamente só ia ao apartamento nos finais de semana. De segunda a sexta, dormia com uns amigos na candelária. Não era muito confortável, especialmente quando chovia ou fazia frio, mas era animado e prático. Desta forma era aceitável que aquela ingênua mocinha se sentisse atraída por mim.

Ela me deu as chaves, e pediu que a acompanhasse até um cubículo escondido no final do pátio. Era um local meio escuro, e apertado. Acho que era proposital para criar um clima afetivo na recepção do meu carrão. Chegando próximo aquele super possante carro, FLEX não sei do que, de mil cilindradas, meus olhos quase saltaram de suas covas. Lindo, abobora. Era uma cor diferenciada. Somente pessoas de muito bom gosto poderiam escolhe-lo. Por isto estava disponível na concessionária a mais de seis meses, esperando um comprador especial para tê-lo.

Ela abriu a porta, e senti, com toda a minha sensibilidade, que ela desejava alucinadamente que eu a convidasse para darmos uma volta juntos. Porém eu não queria jamais atrapalha-la em seu trabalho, até mesmo porque ela já havia chegado atrasada. Chegou faltavam dez minutos para as oito horas, e mais importante ainda, não desejava alimentar nela nenhuma esperança que eu pudesse a vir me apaixonar por ela. Ela não era bem o meu tipo. Naquele carrão eu merecia um mulherão de verdade. Como a vizinha do barraco do lado de meu apartamento. Boa de cama e mesa, era uma fartura de mulher, e sabia fazer um ovo cozido como poucas.

Entrei no carro e que felicidade! Acessórios, não tinha nenhum, mas quem precisava deles. O carro era perfeito, e estes acessórios tirariam, com certeza, o brilho original do carrão. A mocinha falou que o preço do carro incluía alguns acessórios, mas que era melhor levar o veículo sem eles, porque acabavam desvalorizando o carro. Cheiro de carro novo, que delícia. Apenas vinte mil quilômetros rodados, quase zero. Esta quilometragem deve ter sido enquanto seguiam o tal check list.

Ar refrigerado! Não havia necessidade, as janelas eram enormes. Vidros elétricos! Claro que não, retirariam das portas, aquelas lindas alavancas circulares. Rádio! Não fazia o menor sentido. Tinha o mundo inteiro para ouvir, e principalmente o som do vento passando por cima do carro. Quem precisa de rádio, se o carro já é tão moderno e lindo. Direção hidráulica! Hidráulica dá muito problema. Tenho um amigo que faz bico como bombeiro, e ele sempre fala que a hidráulica é uma parte muito sensível das construções. Servo freio! Evidente que não tinha. Mas para falar a verdade, não queria nenhum servo andando junto comigo. Nunca gostei deste negócio de humilhar empregados, fazendo-os de servos ou escravos. No fundo eu tinha bons pés e “frearia” sozinho mesmo. Câmbio automático! Que nada. Uma alavanca com uma bola azul, que fiz questão de comprar em acari, ficavam muito belas no meu carro. Vidros verdes! Não. Podiam acabar me enganando nos cruzamentos. Vai que eu confundisse o sinal vermelho, por causa dos vidros verdes. Você sabe que o verde e o vermelho são muito importantes para os cruzamentos. Algum dia ainda vou entender o tal do amarelo, que colocaram em alguns sinais.

No fundo acho que eles fazem isto para nos confundir. A sorte é que o amarelo fica pouco tempo. Já passei alguns perrengues por isso. Uma noite estava na belina verde de minha mais rica namorada, além da belina ela tinha uma bicicleta com cinco marchas. Cruzando uma rua, lá estava aquela porcaria de sinal piscando em amarelo. Eu, com aquela supermulher, no carrão dela. Tinha até um rádio toca fitas moderno, daqueles com “teclinhas” para apertar. Não podia fazer nada de errado, e nem queria que ela recebesse multas naquela noite, que havia sido maravilhosa. Havíamos jantado no botequim do baiano, depois de Vigário Geral, e a volta tinha que ser em grande estilo.

Aquele maldito sinal picando em amarelo me quebrou. Não sabia o que fazer. Na dúvida, agi como um “cavaleiro”, acho que é assim que eles chamam “aqueles almofadinhas” metidos a besta de tão educados. Simplesmente parei o carro, subi na calçada, fingi que tinha o controle. Eram duas e meia da madrugada. Não tínhamos mesmo nada a fazer, ou melhor, eu achava que tinha, mas ela era uma “ladi” e não sei se ia acabar rolando mesmo.

Conversava... Conversava... E de rabo de olho acompanhava aquele sinal maluco. Ficamos ali até seis e meia, quando o maldito do sinal voltou a funcionar, ficando verde. Ela nem notou, eu acho. O assunto estava ótimo. Falávamos da festa de arromba de uma amiga em comum, ocorrida no último sábado, na laje de sua casa. Teve até salgadinhos. Falamos até de como era difícil ser educado e culto neste mundo agitado. Eu me lembrei até daquele motorista novo do ônibus que pegamos na quarta-feira. Ele até me chamou de bastardo. Deve ser alguma forma polida de elogiar a educação que minha mãe me deu. Falamos de muitas coisas, ela era muito culta, tinha terminado a quinta série primária e lia muito os classificados dos jornais, e eu a terceira, e me esforçava muito para ler as tabuletas com os itinerários dos ônibus. Ela sabia bem como eu era esforçado e conhecia a minha força de vontade em controlar as bobeiras que comia. É realmente muito difícil manter os cento e quarenta e cinco quilos sem engordar.

Mas que droga, o sinal abriu e tive que continuar viagem até Santa Tereza. Afinal algum guarda poderia nos multar por ficar parado em um sinal verde. Uai, acabei me perdendo falando desta namorada, ela é para lá de bacana, ela me faz me sentir bem “dimais” da conta.

Há! Voltando ao meu carrão, podia não ter acessórios, mas tinha um manual. Você se imagina dono de um carro com aquele tal de manual do usuário? É! Eu tinha um manual de usuário, só meu. É verdade que tenho certa dificuldade para ler, mas culto e inteligente como eu só, com certeza nada que no máximo em alguns meses eu “conseguisse” pelo menos ler a metade, você sabe, eu já falei, eu terminei a terceira série, primaria. Mas aquele manual era só meu. Porque será que um manual precisa ter tanta letrinha. Se é manual deveria ter muitas fotos de mãos usando o carro, porém o meu não tinha nenhuma. Isto era o de menos, ele tinha muitas outras fotos, e algumas eram bem bonitinhas.

Sentado em meu carro novo, com bancos ainda cobertos de plástico, liguei o motor. Parecia um rato roendo papelão, com alguma criança agitada batendo colheres contra uma panela bem lavada de alumínio. Era bem perceptível um barulho de algo batendo, algo arranhando, isso devia ser porque o carro era novo, e o motor ainda não tinha amaciado. Olhei para trás, e parecia aqueles aviões da esquadrilha da fumaça. Soltava tanta fumaça, que tinha a certeza que logo acabaria o estoque daquela fumaça. Não sei como eles fizeram, mas o efeito era bonito, parecia um show do chumbinho e chumbrega. Muito legal, eles só pecaram no cheiro, parecia algo queimando. Podiam ter colocado um cheiro de eucalipto, daqueles que “nós coloca” no banheiro.

Me despedi, dei aquela piscadinha de olho para a mocinha. Amanhã quem sabe, se não arrumasse algo mais carnudo, sabia que a tinha ali, uma pessoa caidinha por mim. 

Tudo era lindo. Uns dois quilômetros à frente meu carro parou. Que droga! Olhei o marcador de combustível, e estava vazio. Como me venderam um carro sem gasolina? Esses funcionários inexperientes. Acreditava que a menina, envolta em paixão por mim, se esqueceu de mandar encher o tanque. Saí, dei uma volta no possante, e lá atrás estava aquela plaquinha linda: FLEX. Não sei bem o que significa, mas ela combina bem com o laranja do meu carro. Tranquilo, feliz da vida, nem liguei. O carro estava na tal da garantia. Eles tinham a obrigação de garantir tudo.

Liguei para a autorizada, me informaram que a garantia não cobria tanque vazio. Mas eu não queria que cobrissem o tanque com nada, só desejava um pouco de gasolina. Como era o meu dia especial, não me importei. Não tem problema, vou ligar para o seguro. Afinal o seguro morreu de velho. Uma atendente da seguradora me respondeu que minha apólice não cobria o tanque vazio. Nem falar direito a moça do telefone sabia. A polícia, não sei o que a polícia tem a ver com isto. Meu carro não foi roubado, só está sem gasolina.

A felicidade era tanta, que não seria uns atendentes mequetrefes que me perturbariam o dia. Enquanto pensava o que fazer, as opções eram tantas: Comprar gasolina... Conseguir gasolina... Pedir gasolina... Há! Eu sabia que a escolha seria difícil, pois também podia ir empurrando o carro até em casa. A subida de Santa Tereza até que não é muito grande assim...

Decidi comprar gasolina. Fechei o carro e fui procurar um posto. Bem à frente tinha um posto, porém não senti firmeza. Meu carro novo não podia receber qualquer combustível, ele poderia estar batizado. Engraçado que combustível batizado deveria ser melhor, afinal deus estaria com ele. Como não ia trabalhar mesmo, uma vez que estava de folga já a mais de três anos, comecei a procurar um posto mais confiável. Não sei, mas todos pareciam suspeitos. Depois de quarenta minutos, decidi comprar em um posto de grife, que encontrei. 

É impossível, não me vendeu uma garrafa se quer. No final comprei naquele primeiro posto, pertinho de onde estava. Reparei que tinha uma placa que dizia: Gasolina natural de petróleo. Agora eu podia confiar neste posto. Somente quem é sério colocaria uma placa destas. Deve ter muita gasolina por aí que não seja de petróleo. As pessoas são sempre enganadas. Eu jamais.

Facilmente colocou alguma gasolina naquela garrafa de refrigerante de dois litros. Era uma gasolina esverdeada. Devia ser este tal de mundo verde. A placa dizia que era natural. Sim, esta gasolina era pura, este petróleo deve ter sido retirado de alguma planta ainda verde, talvez para evitar insetos daninhos. Não falei nada, mas minha brilhante mente sabia de tudo. Este posto era de confiança. A gasolina além de natural, era reciclada, devia estar naquela leva de produtos verdes, autossustentáveis. Se é bom para o mundo, é bom para mim pensei.

Comprei a gasolina. Gastei todos os meus niqueis. Mas saí de lá com aquela garrafa quase meia daquela gasolina natural. Retornando ao carro, estavam lá dois policiais. Primeira coisa que pensei foi na seguradora. A menina falara algo de “a polícia”. Fui logo avisando que não haviam roubado ele não, que aquele era o meu carro. Isso para evitar logo qualquer mal-entendido.

Primeira coisa que eles falaram: Muito bonito hein!
- Sim, respondi eu. Por isso eu o comprei.
Eles não gostaram da resposta, vai ver que era inveja. Eles me deram a ordem de que saísse dali correndo, imediatamente. Respondi rápido. Prefiro sair de carro mesmo. É novo, e deixá-lo ali facilitaria os ladrões de carro.

Quando fui despejar a gasolina no tanque, aquele policial despeitado falou: Você vai botar toda esta quantidade de gasolina?  Tentando não parecer debochado, respondi com cuidado e carinho: Sim. O carro merece, ele é novinho.
Os policiais choraram de tanto rir. Não esperavam uma resposta tão inteligente. Me despedi, afinal sou educado, e parti. 
- Mulheres protejam-se, estou rodando por ai.

Por onde passava, todos olhavam meu carro novo. Notava certa celeuma nas pessoas, que mesmo tentando disfarçar, falavam sobre meu possante. Talvez algumas mulheres até falassem de mim mesmo. Mas convenhamos, é difícil ver meu carro passar e não ficar espantado com ele. Aquele laranja marcante, aquela fumaça negra, contrastando com o laranja. Esta combinação dava a traseira de meu carro, uma combinação degrade muito atraente. Agora, depois de ininterruptos três minutos andando com ele, a traseira de meu carro havia ganhado uma película protetora de óleo escura. Isto fazia de meu carro ainda mais bonito. Começava laranja, ia escurecendo até que perto do escape já estava bem escuro, e finalmente aquela fumaça negra, era realmente um “desbunde” de lindeza. O motor novo, ainda fazia um barulhão, era para marcar a festa de felicidade de meu coração. 

O vendedor afirmou, que depois de amaciar este barulhinho especial cessaria, que deveria aproveitá-lo enquanto existe. Ele comentou que amacia rápido, um ano e meio e já estaria amaciado. Coincidentemente é um pouco mais de tempo do que a garantia. Um pouco depois que a garantia acabar, meu carro já estará amaciado. Ele pediu para que eu utilizasse o carro muito pouco neste período, de preferência que o deixasse parado, para que o “amaciamento” pudesse ocorrer naturalmente. Um ano e meio passa muito rápido mesmo. Eu ia tentar deixar o carro parado neste período, para que que ele não se estragasse. Todo carro que vai para a garantia, não volta mais o mesmo, eu devia esperar que o tempo de garantia acabasse. O vendedor também falou que se depois deste período, quando fosse usar o carro, se ele continuasse com o barulho ou fumando, para levar na autorizada, que agora sem garantia o concerto seria melhor.

Sou realmente feliz. Tenho um carro novo, e daqui a um ano e meio vou poder utiliza-lo direto. Só de ter o carro parado na rua, já ganhei várias mulheres. Todas elas vizinhas lindas. Meus amigos invejosos comentam que elas pareciam falsos travestis. Mas veja só, um cara esperto como eu não saberia a diferença!!?? 

#quetaller
#QueTalLer

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